A UNESCO tem produzido uma série de documentos sobre Inteligencia artificial na Educação. Em tom de alerta sobre o problema da “exclusão digital”, e desigualdade entre entidades que têm a capacidade de coletar, armazenar e processar grandes quantidades de dados e aquelas que são meramente fontes de dados sem influência na tomada de decisões.
A UNESCO está comprometida em apoiar os Estados Membros a aproveitar o potencial das tecnologias de IA para alcançar a Agenda Educação 2030, garantindo que sua aplicação em contextos educacionais seja guiada pelos princípios fundamentais de inclusão e equidade. A promessa de “IA para todos” deve ser que todos possam tirar proveito da revolução tecnológica em andamento.
Os desenvolvedores de sistemas de IA generativa devem ser responsáveis por assegurar a aderência a valores fundamentais e propósitos legais, respeitando a propriedade intelectual e mantendo práticas éticas, enquanto previnem a disseminação de desinformação e discursos de ódio, segundo a UNESCO.
A UNESCO defende a implementação de políticas de proteção de dados e privacidade em múltiplos níveis e recomenda um limite de idade mínima de 13 anos para o uso de ferramentas de IA em sala de aula, além de enfatizar a importância de programas de formação para professores sobre o assunto.
Segundo a UNESCO, a inteligência artificial (IA) tem o potencial de abordar alguns dos maiores desafios na educação hoje, inovar práticas de ensino e aprendizagem e acelerar o progresso em direção ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4. No entanto, os rápidos desenvolvimentos tecnológicos inevitavelmente trazem múltiplos riscos e desafios, que até agora superaram os debates políticos e os quadros regulatórios.
Estes materiais, apesar de estarem apenas em ingles, fornece instruções claras que ajudam educadores e gestores publicos para estruturar debates e aprendizagem baseada em projetos utilizando sistemas de IA generativa, facilitando atividades de pesquisa básicas, garantindo os aspectos ëticos e universais
De uma maneira geral, as recomendação apoia o desenvolvimento de políticas de IA e reformas legais que refletem e são guiadas por quatro valores centrais:
- Respeitar, proteger e promover os direitos humanos e liberdades fundamentais, e a dignidade humana;
- Florescimento do ambiente e dos ecossistemas;
- Viver em sociedades pacíficas, justas e interconectadas.
- Garantir diversidade e inclusão;
Esses valores promovem e refletem dez princípios fundamentais baseados nos direitos humanos:
- O uso da IA deve ser proporcional e não causar danos;
- Riscos de segurança devem ser abordados, prevenidos e eliminados para que a IA segura facilite o desenvolvimento e uso sustentáveis e focados na privacidade;
- Justiça e não discriminação devem ser promovidas, de acordo com o direito internacional, garantindo que os benefícios da IA estejam disponíveis e acessíveis a todos;
- Objetivos de sustentabilidade devem ser priorizados, incluindo o impacto humano, social, cultural, econômico e ambiental da IA;
- A privacidade deve ser respeitada, protegida e promovida, por exemplo, através de mecanismos de proteção de dados e governança, e os atores da IA devem ser responsáveis pelos sistemas que desenvolvem;
- A supervisão humana e pública não pode ser cedida, e a IA não deve substituir a responsabilidade e a prestação de contas humanas;
- Os sistemas de IA devem ser transparentes e explicáveis para que as pessoas estejam totalmente informadas sobre as decisões tomadas pela IA e as razões que afetam essas decisões;
- responsabilidade e prestação de contas são fundamentais, e a IA deve ser atribuível aos atores da IA em todas as etapas do ciclo de vida da IA;
- A conscientização pública e a alfabetização em IA devem ser promovidas por meio de educação acessível e engajamento público, para garantir uma participação pública efetiva; e
- A regulamentação da IA deve ser adaptável e colaborativa e deve respeitar as leis internacionais e os interesses das partes interessadas.
SOBRE O CONTEUDO GERADO PELA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL EM SALA DE AULA
Tais documentações acerca de Inteligencia Artificial elaboradas pela Unesco para os Governos, propões medidas para que os governos possam regular a IA generativa e estabelecer diretrizes éticas para seu uso na educação e pesquisa. Esses sistemas permitem que estudantes criem trabalhos escolares completos, desde redações até soluções de problemas matemáticos, com base em instruções mínimas.
As implicações para a educação tornam-se mais claras, ao longo destes documentos. A IA generativa pode auxiliar professores e pesquisadores a criar textos e outros materiais úteis, mas o processo pode não ser direto, exigindo várias tentativas para alcançar o resultado desejado. Há preocupações de que estudantes, naturalmente menos experientes que professores, possam aceitar conteúdos gerados por IA que sejam superficiais, imprecisos ou até prejudiciais.
Além dos alertas, o guia da UNESCO também lista ferramentas existentes para geração de conteúdo em texto, imagem, áudio e vídeo. O documento oferece recomendações para a adoção dessas ferramentas em programas de formação de professores, educação especial e inclusiva, e para a criação de sistemas de tutoria em arte, matemática e programação.
Além disso, a UNESCO desenvolveu, no âmbito do Consenso de Pequim, uma publicação destinada a fomentar a prontidão dos formuladores de políticas educacionais em inteligência artificial. Esta publicação, “Inteligência Artificial e Educação: Orientação para Formuladores de Políticas”, será de interesse para praticantes e profissionais nas comunidades de formulação de políticas e educação. Tem como objetivo gerar um entendimento compartilhado das oportunidades e desafios que a IA oferece para a educação, bem como suas implicações para as competências centrais necessárias na era da IA.
Através de seus projetos, a UNESCO afirma que a implantação de tecnologias de IA na educação deve ter o propósito de aprimorar as capacidades humanas e proteger os direitos humanos para uma colaboração eficaz entre humanos e máquinas na vida, aprendizado e trabalho, e para o desenvolvimento sustentável.
Juntamente com parceiros, escolas associadas, organizações internacionais e os valores-chave que a UNESCO mantém como pilares de seu mandato, a UNESCO espera fortalecer seu papel de liderança em IA na educação, como um laboratório global de ideias, definidor de padrões, conselheiro de políticas e construtor de capacidades